Comparador de Antiepilépticos
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Dilantin é um fármaco anticonvulsivante da classe dos hidantoínicos, cujo princípio ativo é a Phenytoin. Ele atua estabilizando a membrana neuronal, bloqueando canais de sódio voltagem-dependentes, o que impede a repetição de disparos elétricos anormais. Comercializado desde a década de 1930, o Dilantin ainda é usado em epilepsia focal e generalized tonic‑clonic seizures, mas seu perfil de segurança e necessidade de monitoramento de níveis séricos motivam a busca por alternativas mais modernas.
Por que comparar Dilantin com outras antiepilépticas?
Os pacientes e médicos costumam enfrentar três dilemas ao escolher um tratamento: eficácia contra crises, tolerabilidade e risco de interações medicamentosas. Dilantin tem boa eficácia, porém apresenta efeitos colaterais como hipersensibilidade cutânea, osteopenia e interferência no metabolismo de outros fármacos. Além disso, a necessidade de manter níveis séricos entre 10‑20µg/mL exige exames regulares. As alternativas mais recentes prometem eficácia semelhante com monitoramento menos rigoroso e perfis de segurança mais favoráveis.
Entidades principais e seus atributos
A seguir, apresentamos as oito entidades centrais que serão comparadas, cada uma com seus atributos clínicos relevantes:
- Carbamazepina é um bloqueador de canais de sódio usado principalmente em crises parciais e em neuralgia trigeminal.
- Ácido Valproico é um modulador de canais de sódio e cálcio, eficaz contra crises generalizadas e ausências.
- Levetiracetam é um agente que modula a proteína SV2A, com amplo espectro e baixa incidência de efeitos colaterais graves.
- Lamotrigina é um bloqueador de canais de sódio que também inibe a liberação de glutamato, indicado para crises focais e bipolar.
- Topiramato atua sobre canais de sódio, GABA e técnicas de inibição da carbonic anhydrase, usado em crises focal, generalizada e prevenção de enxaqueca.
- Gabapentina é um análogo do GABA que se liga ao subunidade alfa‑2‑delta dos canais de cálcio, útil em crises parciais e neuropatia.
- Fenobarbital é um barbitúrico de longa ação, ainda usado em algumas regiões para crises generalizadas, mas com risco de sedação e dependência.
- Epilepsia é o distúrbio neurológico caracterizado por predisposição crônica a crises convulsivas.
Quadro comparativo de atributos clínicos
| Medicamento | Eficácia nas crises | Meia‑vida (horas) | Principais efeitos colaterais | Necessidade de monitoramento | Interações relevantes |
|---|---|---|---|---|---|
| Phenytoin | Alta em crises focal e tônico‑clônicas | 22‑28 | Hiperplasia gengival, osteoporose, rash maculopapular | Monitoramento de níveis séricos 10‑20µg/mL | Warfarina, oral contraceptives, antihistamínicos |
| Carbamazepina | Boa em crises focal | 12‑17 | Hematopoese supressiva, hiponatremia, rash | Monitoramento de níveis plasmáticos (4‑12µg/mL) | Inibidores da CYP3A4, antidepressivos tricíclicos |
| Ácido Valproico | Excelente em crises generalizadas e ausências | 9‑16 | Hepatotoxicidade, trombocitopenia, ganho de peso | Monitoramento hepático e plaquetário | Álcool, carbapenêmicos, lamotrigina |
| Levetiracetam | Amplo espectro, boas respostas na maioria das crises | 6‑8 | Sonolência, irritabilidade, depressão | Não requer níveis séricos | Baixo potencial de interações |
| Lamotrigina | Eficaz em crises focal e prevenção de episódios bipolares | 25‑35 | Rash maculopapular grave (Síndrome de Stevens‑Johnson) | Escalonamento de dose lento, sem monitoramento de níveis | Interage com valproato (aumenta concentração) |
| Topiramato | Bom nas crises focal e como adjuvante nas crisis generalizadas | 21‑23 | Formigamento, perda de peso, nefrolitíase | Não requer níveis séricos | Reduz concentração de contraceptivos hormonais |
| Gabapentina | Útil como adjuvante nas crises parciais | 5‑7 | Edema periférico, tontura, ganho de peso | Não requer monitoramento de níveis | Interage pouco; pode reduzir eficácia de antácidos |
| Fenobarbital | Eficaz, porém menos usado em países desenvolvidos | 80‑120 | Sedação prolongada, dependência, depressão respiratória | Necessário níveis plasmáticos (10‑40µg/mL) | Potente indutor da CYP450, reduz níveis de muitos fármacos |
Como escolher a alternativa mais adequada?
Três critérios ajudam a decidir:
- Tipo de crise e síndrome epileptológica: Se o paciente tem crises focal, carbamazepina ou levetiracetam costumam ser de primeira linha. Para crises generalizadas, valproato ou levetiracetam são opções mais indicadas.
- Perfil de segurança: Pacientes idosos ou com risco de osteoporose devem evitar phenytoin. Pessoas com histórico de rash grave devem fugir da lamotrigina e carbamazepina.
- Interações medicamentosas: Se o paciente usa anticoagulantes, contraceptivos hormonais ou terapia anti‑hipertensiva, escolher um agente com baixo potencial de indução hepática (levetiracetam ou gabapentina) reduz complicações.
Em prática clínica, a decisão é feita em conjunto com o neurologista, levando em conta idade, comorbidades e preferências do paciente.
Conexões entre as entidades: exemplos práticos
Imagine João, 58anos, com epilepsia focal resistente ao phenytoin. Seus exames mostram osteopenia e ele ainda precisa fazer níveis séricos a cada 3meses. O médico decide trocar para levetiracetam porque:
- Não induz enzimas hepáticas (Levetiracetam tem baixa interação com warfarina).
- Apresenta meia‑vida curta, facilitando ajustes rápidos.
- Evita a necessidade de monitoramento de níveis séricos, reduzindo custos.
Outro caso: Ana, 32anos, grávida, usa carbamazepina para crises parcial‑focais. Devido ao risco de malformações fetais, o obstetra recomenda trocar para lamotrigina, que possui melhor perfil teratogênico, mas exige escalonamento cuidadoso para evitar rash grave.
Impacto econômico e de qualidade de vida
Os custos diretos incluem preço da medicação e exames de monitoramento. Em Portugal, o Phenytoin custa cerca de 0,10€/mg, enquanto o Levetiracetam está em torno de 0,40€/mg. Contudo, o phenytoin requer exames de nível sérico (~30€ a cada 3meses) e consultas adicionais, o que pode elevar o custo total anual em até 20%.
Em termos de qualidade de vida, estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que pacientes que migram para antiepilépticos de baixo monitoramento relatam 30‑40% menos interrupções nas atividades diárias, principalmente por menor sonolência e menos restrições dietéticas.
Resumo rápido (TL;DR)
- Phenytoin/Dilantin: eficaz, mas requer níveis séricos e tem efeitos colaterais ósseos.
- Carbamazepina: boa para crises focal, mas pode causar hematopoese supressiva.
- Ácido Valproico: amplo espectro, risco hepatotóxico, cautela na gravidez.
- Levetiracetam: baixa interação, não precisa monitorar níveis, ideal para idosos.
- Lamotrigina: excelente para bipolar e crises focal, risco de rash grave.
- Topiramato: útil em enxaqueca, pode causar nefrolitíase.
- Gabapentina: adjuvante, baixa toxicidade.
- Fenobarbital: reserva em países de baixa renda, sedação significativa.
Próximos passos para pacientes e profissionais
1. Revisar o histórico de crises e identificar o tipo predominante.
2. Mapear comorbidades (osteoporose, doença hepática, gravidez).
3. Consultar o neurologista para decidir entre manter phenytoin ou migrar para uma das alternativas listadas.
4. Caso a troca seja indicada, iniciar a titulação gradual conforme protocolos (ex.: lamotrigina 25mg/dia, dobrando a cada 1‑2semanas).
5. Monitorar resposta clínica por 2‑3meses, ajustando doses e avaliando efeitos colaterais.
Perguntas Frequentes
O que fazer se eu esquecer de tomar o Dilantin?
Quando a dose for esquecida, tome‑a assim que lembrar, a menos que esteja próximo da próxima dose. Não duplique a dose; isso pode elevar o nível sérico e causar toxicidade.
Quais são os sinais de toxicidade por Phenytoin?
Náuseas, vertigens, ataxia, diplopia e confusão são sinais precoces. Níveis séricos acima de 20µg/mL podem levar a arritmias e depressão medular.
É seguro usar Dilantin durante a gravidez?
Phenytoin está associado a risco de defeitos congênitos, especialmente lábio leporino. Geralmente recomenda‑se trocar para lamotrigina ou levetiracetam antes da gestação.
Como funciona a monitorização dos níveis séricos?
Sangue é coletado 12 horas após a última dose (ponto de pico). O laboratório reporta a concentração em µg/mL; o objetivo terapêutico para Phenytoin é 10‑20µg/mL. Ajustes são feitos em incrementos de 30‑50mg.
Qual alternativa tem menor risco de interações medicamentosas?
Levetiracetam apresenta o menor potencial de interações, pois não é metabolizado pelo citocromo P450. É uma escolha segura para pacientes polimedicados.
Quando é indicado mudar de Dilantin para outra medicação?
Mudança recomendada se houver efeitos adversos graves (hiperplasia gengival, osteopenia), níveis séricos difíceis de controlar, uso concomitante de múltiplos indutores/enxergadores de CYP450, ou necessidade de simplificar o regime de monitoramento.
paola dias
setembro 25 2025Interessante,, mas nada novo,, 😐